No encontro

Enquanto me cubro 

DesCubro o mundo




Quando gritar já não me basta
Me percebo num esgotamento
Como rio quando tirado do seu leito natural
Encanado e obrigado a percorrer um curso
Definido e imposto
Não por ele (o rio)

Mas por outros.
Me tira 
daqui 
de mim 
do outro
Me[n]tira


Quando perto

Longe

Me-Diz-perto

Num suspiro longo...





Navegante

De águas correntes

Na beira do mar

A vela

A[s]cende

Pedido

De volta

Da beira

Que o vento levou...

A-m-a-r-t-e-é-p-o-u-c-o
Hoje revisitando memórias... 
Nó se faz
Diz feito
Rio de afeto
Transborda amora
Na-morada 
Do cor-ação.


Navegar...
Descobrir...
Trans-ver...
Quando um nó de vento te arrasta
e o silêncio te diz coisas que não quer ouvir...

Na noite tudo muda de lugar

Com Lucas Cabanã


Nu
Vem
Nu
Vou
Nu
Vens
Pousar 
Para a noite ser
Nu.
Sou do encontro


Sou dança


Uma gota de rio me atravessa...




Porta voz
Minima-mente
só-li-dão pedaços
Adocicados...
Ontem firme-mente
Per-fumei memórias
De um viver
Com fim.

Soma com Lucas Cabaña





SilênshhhhhAR



[...]

Vento de palavra 












beija-flor de vôo sutil
fez morada
nas margens do meu ser/ rio
Ai de mim...
Que sabiá sou eu?
Quem vem lá
Não diz
Nem de si
Nem diz meu...


Acorda na manhã
Cedinho
Cantando passarinho
Que te viu
Nascer
Brincar de correr
Escola
Campo joga
Bola
Mundo
Derreter promessas
De um dia ser...
Pula
De noitinha
Cama da vovó
Pro medo não te ver...
Dança
Em palavras Cruas
Nus
Abraços para desfazer
Conceito
Feito
De varal desfeito
Roupa de te esconder
Em versos
Inversos
Na manhã de noite
Um sol de luar
Agradecer 

Recife das manhãs



Acariciando manhãs

Num despertar

Levemente envergonhado...


Olho nuvens

Janela entreaberta

O sol quente...

Invade meu corpo

Em silêncio diz:

“ levante...”

Des[cubro] nele

O que ainda

Não sei de mim.

Ser-tão de amor

Aridez 


Que seca [a]mar





A linha avante 


Que de ponto 


nó des-fez



Minha estrela cadente que passa

Transpassa... 

E perdida não sabe se vai ou se fica


Sem asas

cat@ vento

na vontade de voar


A maré

Transborda

Amar é...

Vem pra inundar

Anamora...




Calar-se

É livrar o ouvido...

fala[r]dor




Não choro 


Lágrimas

Transbordo em COR...



Desilusão?

Trans-passado


Sigo em frente 


Líquido de apagar

Memória

RemoveDor




Espiral de sussurros em cores
Floreando num girar de encontros
Em nota de musicolorir...
Abraços de fazer ouvir movimentos
Contato... Ato... Audição... Ação...
Silêncio de fazer dormir pensamentos...
Embalados na cadencia da sonoridade
Transpassada em um ver/ouvir mover/sentir



silêncio de fazer dormir pensamentos...

O que me escorre são desejos  

Sonha Dores

Trans-forma Cores 


Menino calado

SonhaDor


A dor me ser...




Pedra 
de 
ser 
UM
Gavião 
rasante
Refletido 
no 
Olhar 


Mover-me

in-vento

Gelo de esquentar 

des-ILUSÃO 


De canto en-canto

Flui em som

In-vento mar



Para Camila de Sá


Na busca pelo mar

Me percebo gota...

Dessas de temporal

Que caem só...

Pela noite adentro

Coberto pelo pó das estrelas de Sá

Relembro histórias umbilicais

E assim percebo que ser Gota...

É também ser MAR



                                                               Da boca







Um vento de falas









                  Sus-piradas como ondas


Desenraizo iluzões


Pés...


Caminho in-verdade(s)


Brincar de imaginar... 

 
                                        De um lado ao outro


  
         Correm-teias
     
                A emARANHAr...

Pra noite de hoje


Se há Re-volta


meia volta



Ou...

Uma volta e meia

Para Rodolfo Horoiwa...

E nas águas da linda cachoeira
Surgem folhas e notas musicais
Em partículas de cores formando fios de cabelos negros
 vejo o que de mais poético surge de um simples olhar.








No caminho de volta
Me encontro perdido...
Assim como um vaga-lume gigante 
Que há tempos não sabe vaga-lumear...

Paulista quinta-feira


Como pode fazer caber uma vida toda

Dentro de um pequeno carrinho de feira?

Entre sorrisos de criança a voar em fantasias

Vejo de longe a real-idade que vem vestida de nudez...


Do fundo do baú...


Fome, sede, vida

Falta! Falta vida

Fim! Fim a vida

Decreto, decretado

Descrente, descontente

A água! Que água?

A vida! Que vida?

Ser, estar, deixar, fazer

Querer, querer ter

Ter e querer, querer...

Querer mais e mais, sempre mais!


Deixar, acabar, usar, desfazer

Não ter, matar, enriquecer

Apodrecer ou podre ser?

Mas sobreviver, sobre-viver

Pisar, arrancar, desmatar

Até o fim!

Até que o fim nos acabe

Até que acabemos no fim!


Dor, desamor, desamparo

Prazer, prazer em ter, ter o fim

Alegar, mentir, fingir

Fugir, fugir daqui

Desculpar, culpar, culpa?

Não ter culpa, não se tem culpados!

Antes, anterior, antecessor, até supor

Supor, suportar, subornar

Suplicar, suplicar amor

Amor... A morte!